quarta-feira, 20 de junho de 2007

Zapatismo

PREFÁCIO A UMA LENDA:

Francis Vincent Zappa Jr. (1940-1993) foi um génio musical felizmente reconhecido em vida. Descendente de gregos e sicilianos, filho de um matemático - meteorologista, nativo de Baltimore, adoptado pela Califórnia, cedo se interessou - como relatam os biógrafos - pelos "blues", composição e sociologia política. No fim dos anos 50 inscreveu-se no curso de Música Contemporânea em Darmstadt, onde provavelmente conheceu a nata da vanguarda erudita europeia.
Com raízes no rock, que olhava com ironia, sobretudo face à comercialização e embalagem mediática, estava à vontade em todos os dialectos do jazz, da fusão do free, e soube rodear-se de músicos de excepção nessas margens: Jean Luc Ponty e George Duke, Buell Neidlinger e os irmãos Fowler, os saxofonistas Ernie Watts e Wilson Felder, entre muitos outros.
Deixou a sua impressão digital em vários continentes musicais, do "clássico" ao "pop", e separou-se assim da sua própria pessoa, para criar um "género": daí "Zapatismo" .
Trata-se de uma espécie de Iluminismo lírico, que sintetiza, no século XX, quase todas as músicas de eras precedentes.
Uma análise profunda da linguagem "Zapatista", com exemplos MIDI e partituras, encontra-se em :
http://www.zappa-analysis.com/

Uma curiosidade de Frank Zappa:

As partes queimadas e partidas de uma Stratocaster que Jimi Hendrix destruiu no Miami Pop Festival em 1968 foram dadas por Jimi Hendrix a Frank Zappa, que mais tarde a reconstruiu e tocou com ela extensivamente durante os anos 70 e 80.
O som dessa guitarra pode se ouvir-se por exemplo, no álbum de Zappa "Zoot Allures", de 1976.