quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mitch Mitchell, para sempre.


Estou chocado com a morte desta verdadeira lenda.

Mitch Mitchell (nascido em 9 de Julho de 1947-12 de Novembro de 2008) foi baterista de Jimi Hendrix.

Mitch Mitchell foi um dos mais influentes bateristas entre o final dos anos 60 e começo dos anos 70. Ele destacou-se no seu trabalho junto com a excelente banda The Jimi Hendrix Experience, e é consagrado pelo seu lendário trabalho em canções como "Manic Depression", "Fire", "She´s so fine" e "Third Stone From the Sun", por exemplo.

Mitch possuía uma forte influencia do jazz e assim como muito bateristas da sua época, ele foi fortemente inspirado pelo trabalho de Elvin Jones. Ele seguiu o seu dinamismo, dando assim um estilo ao grupo, e foi-lhe dada a liberdade de inovar junto ao lendário Jimi Hendrix, e ainda assim manter seus grooves firmes e sólidos. Mitch iniciou um estilo de tocar no qual seria chamado mais tarde de fusão.

Em 1966, este impressionante e inovador estilo de tocar nunca havia sido ouvido antes no rock. Foi Mitch Mitchell que o introduziu.

Até então, sempre se utilizou a bateria como instrumento de segundo plano junto com o baixo. Junto com o estremecedor som da guitarra e canções de Jimi Hendrix, Mitch tocou e ajudou a redefinir o rock. Em 1969 é o baterista dos Dirty Mac no álbum dos Rolling Stones "Rock´n Roll Circus", com Eric Clapton,Keith Richards e John Lennon, onde, junto com eles, interpreta a música dos Beatles do álbum branco,Yer Blues. Mitch era o mais importante colaborador musical de Jimi Hendrix, tocando no trio The Jimi Hendrix Experience de Outubro de 1966 até metade de 1969, sendo esta sua banda em Woodstock em agosto de 1969, e também na banda "Cry of Love" em 1970. Jimi Hendrix poderia eventualmente gravar faixas em estúdio junto com Mitch, mas durante as apresentações um complementava o outro de forma entusiasmante. Após a morte de Jimi Hendrix, Mitch (junto com o engenheiro Eddie Kramer) finalizou a produção do trabalho de várias gravações incompletas de Jimi Hendrix, que resultou num álbum póstumo lançado com o nome "Cry of Love" e "Rainbow Bridge". Em 1972, ele uniu-se a dois guitarristas, April Lawton e Mike Pinera para formar os Ramatam. Gravaram um álbum e abriram concertos para os Emerson Lake & Palmer em vários concertos. Ironicamente, Mitch havia sido convidado a tocar nos Emerson Lake & Palmer em 1970, mas declinou em favor de tocar com Jimi Hendrix. Mitch também fez alguns trabalhos com Terry Reid, Larry Coryell,Jack Bruce e Jeff Beck (substituíndo Cozy Powell, que estava doente). No final dos anos 70 até os anos 90, Mitch pouco sobressaiu, retirando-se para estar com sua família, fazendo trabalhos eventuais (como no álbum "Long Walk Home" de Junior Brown) e também participando de vários videos e entrevistas relacionadas com Jimi Hendrix.

Mais recentemente, fez parte da banda "Gypsy Sun Experience" e da "Experience Hendrix Tour", ambas bandas de homenagem a Jimi Hendrix, junto com o antigo baixista de Jimi Hendrix, Billy Cox e o guitarrista Gary Serkin. Ultiimamente com a "Experience Hendrix Tour", tinha tocado com Slash (Ex.Guns ´n Roses e Velvet Revolver), Paul Rodgers (Ex. Free, Bad Company, e agora nos Queen), Buddy Guy, Eric Johnson, Steve Winwood (Ex.Spencer Davis Group e Traffic) Billy Cox (Ex.Jimi Hendrix), Paul Rodgers (Ex.Free, Bad Company e agora nos Queen), Eric Gales, Kenny Wayne Shepperd, etc.

Muitos bateristas que apareceram depois dele, como John Bonham, Ian Paice, Steve Gadd,Terry Bozzio, Vinnie Collaiuta e Carl Palmer, por exemplo, eram excelentes executantes, mas para mim, Mitch Mitchell é o melhor baterista de Rock de todos os tempos.Ele além de introduzir devido às suas influências jazzística, a fusão no Rock, tocava rock como se fosse jazz, e parecia natural. Ele era o irmão e a química musical de Jimi Hendrix.

Bom, isso tudo para deixar claro o que vou dizer agora sobre a arte de Mitch Mitchell: não é possível entender a bateria de Mitch Mitchell sem tentar (ênfase no tentar) tocá-la. Não adianta ler todas as coisas sobre as gravações dos Jimi Hendrix Experience, estudar as partituras (se é que existem) das suas batidas, ou ver os vários vídeos da época. Nada disso dá a real dimensão da arte de Mitch Mitchell, o homem que acompanhou um dos maiores fenómenos, senão o maior, que a música já viu: Jimi Hendrix. Não é fácil tocar como Mitch Mitchell. Talvez pelo seu profundo interesse pelo jazz, Mitch Mitchell conseguia tocar rápido e suave, com viradas ferozes, dando sempre a impressão de que estava improvisando à medida que a música avançava. Não era um baterista tradicional de rock. Não estava muito ligado na marcação do tempo, nem na cadência da batida. Ao vivo, então, era um Deus nos acuda (no bom sentido).

Se compararmos os dois principais bateristas de Jimi Hendrix (Buddy Miles e Mitch Mitchell), vamos ter visões diametralmente opostas sobre ao conceitos de ritmo. Buddy Miles era uma locomotiva de carga, firme e compassada, focada no percurso. Já Mitch Mitchell era um carro desportivo voando baixo pela auto-estrada, cortando todas as curvas e ultrapassando todos,chegando sempre, inteiro ao destino. É que para Mitch Mitchell o tempo era uma coisa mais maleável, que podia (e devia) variar de acordo com a música. Muito da sua noção de ritmo era ligada à guitarra de Jimi Hendrix. Tanto que muitas das sessões de gravação começavam apenas com os dois. Vou falar mais das características de Mitch Mitchell como baterista a partir de algumas músicas dos Jimi Hendrix Experience:


MANIC DEPRESSION (Are You Experienced?, 1967) Essa batida é sensacional! Numa música de 3 tempos, Mitch Mitchell consegue criar um clima quase mantrico (existe essa palavra?). A dinamica com que ele toca o tom e os pratos é muito difícil de se repetir. Acredito que o tamanho mignon de Mitch Mitchell acabou definindo o volume de sua bateria. Juntem-se a isso as técnicas de gravação da época, e temos um som impossível de ser reproduzido. Num dos muitos discos em homenagem à música de Jimi Hendrix, e lembro-me bem de uma versão de Manic Depression tocada por Jeff Beck e Seal. Adivinhem a única coisa que ficou a dever?


FREEDOM (The Cry Of Love, 1970) (First Rays of New Rising Sun) 1998 Que música f... O bumbo meio deslocado na estrofe é muito doido (mas funciona). Essa formação com Billy Cox no baixo é impressionante, porque o baixo, finalmente, ancora a música. Qualquer baterista que consiga tocar esse arranjo merece o respeito de todos. KILLING FLOOR (Jimi Plays Monterey, 1967) Bem, o que fazer depois de uma introdução de guitarra dessas? Acho que Mitch Mitchell segurou bem o rojão e ainda vitaminou o arranjo. Note como ele chega a ficar uns 3 compassos simplesmente solando em cima da música. Já ouvi algumas versões desse clássico de Howlin’ Wolf, mas nenhuma chegou perto desse nível de energia Esse concerto de Monterey mostra a banda no auge. Detalhe para a vozinha de Brian Jones na apresentação. SHE'S SO FINE (Axis: Bold As Love, 1967) Música do reclamão Noel Redding (ele também canta). Essa introdução de bateria é perfeita para tirar onda na hora da passagem de som. Gosto muito da forma solta com que Mitch Mitchell toca a música. E que solo de guitarra, hein? A música tem um estilo clássico do rock dos anos 60.Mitch Mitchell toca pate dessa música ao contrário.Com viranços inversos.Imaginem.Ouçam e digam.


LONG HOT SUMMER NIGHT (Electric Ladyland, 1968) Essa música faz parte de um disco muito zoneado, do qual participaram desde Steve Winwood e Brian Jones até um motorista de táxi. Por isso, a chance de Mitch Mitchell não ter tocado essa bateria é real. Mas, pelo o que ouvi e li a respeito, eu continuo a apostar na sua execução. Ele faz aí uma batida funky. Também com uma estrutura dessas, poucos conseguiriam dar uma consistência maior. REMEMBER (Are You Experienced?, 1967) De novo, a dinâmica. Ele toca a música inteira na caixa e nos tons, não usa nem o timbalão nem os pratos em nenhuma marcação. Li que Jimi Hendrix se havia inspirado em Otis Redding para compor essa música. Tem tudo a ver, mesmo.


UP FROM THE SKIES (Axis: Bold As Love, 1967) Aqui temos o jazzista Mitch Mitchell. Ele mostra que tem o controle das vassourinhas, mas não se contenta em marcar a pulsação para os colegas. Gosto muito da forma como ele faz os viranços em diferentes tempos e climas ao longo dessa música. Música excelente de um disco excelente. Esse som de bateria eu considero algo bem perto da perfeição.


CROSSTOWN TRAFFIC (Electric Ladyland, 1968) A música começa com o pé na porta. Nenhuma das versões que já ouvi dessa música chega perto do clima funky dela. Notem como a bateria de Mitch Mitchell está sempre um pouco atrasada em relação à batida da estrofe. Se essa gravação fosse realizada por Buddy Miles, certamente, seria mais conhecida no meio baterístico (não sei...).


HIGHWAY CHILE (Are You Experienced?, 1967) Sempre falo nisto com os amigos: não é nada fácil tocar essas batidas meio R&B, meio shuffle. Ainda mais quando ela vai mudando o tempo todo, como nesse exemplo. Acho a execução de Mitch Mitchell impecável. Note-se que numa determinada fase da música, a baqueta dele deve ter caído, ou qualquer coisa do tipo. Mas a bateria está tão em cima, que eles acharam (com razão) melhor nem mexer.


BOLD AS LOVE (Axis: Bold As Love, 1967) Balada belíssima com letra doidíssima. Gosto muito da forma como Mitch Mitchell vai crescendo com a bateria ao longo da música. Considero a batida meio suspensa do refrão a mais clássica da cozinha Mitchell/Redding. Os Pretenders fizeram uma versão dessa música, mas não conseguiu o mesmo balanço – e olhem que o baterista deles é sensacional.


CAN YOU SEE ME (Jimi Plays Monterey, 1967) De novo, o pé na porta ao invés da campainha. Do mesmo impressionante show de Killing Floor. Nem tenho muito o que dizer, apenas que se eu estivesse escalado para tocar depois deles, fingiria uma dor de barriga e voltaria para casa. Sei que os The Who tocaram no mesmo festival (não sei se foi na mesma noite), mas a parada deve ter sido feia... Coitado do Keith Moon...


SPANISH CASTLE MAGIC (Axis: Bold As Love, 1967) Talvez pelas paradas da música, Mitch Mitchell não tenha alucinado tanto como de costume. Note como a batida dessa música é a mesma que de Bold As Love. Esse clima é puro funky. Experimente acelerar o andamento e vocês teram uma base para qualquer música de James Brown. Gosto muito da forma bem estruturada dessa bateria, principalmente o bumbo nas estrofes. FIRE (Are You Experienced?, 1967) Se tivesse que escolher apenas uma música para mostrar o quanto Mitch Mitchell era sensacional, escolheria essa. Para cada uma das paradas que a música faz, a bateria vem com algo novo e extraordinário. Nenhuma banda (ou baterista) conseguiu chegar perto desse misto de agressividade e balanço.


THIRD STONE FROM THE SUN (Are You Experienced?, 1967) A primeira vez que alguém tocou jazz no Rock, e esse baterista, foi, evidntemente,Mitch Mitchell. MAY THIS BE LOVE (Are You Experienced?, 1967) Para encerrar, uma experiência de estéreo altamente. Notem como a bateria vai mudando de canal ao longo da música. Sensacional... E já nem falo dos concertos ao vivo, só falei aqui nalgumas músicas de Monterey...


Escrevi isto, e não falo dos media que opinam sobre música, porque aí grande parte do conecimento é zero.

Porque já vi muitos músicos bons dizerem asneiras por falta de um senso crítico mais apurado e racional.

Da mesma forma, os jornais e revistas estão cheios de idiotas a falar de água sem nenhuma propriedade aparente.

Abraços a todos.

Mitch Mitchell, nasci a ouvir-te, cresci a ouvir-te, ouço e viverei a ouvir-te.

Para sempre na nossa lembrança.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O melhor e mais belo automóvel de todos os tempos.








Mercedes Benz 300 SL de 1955
Motor
Tipo: Seis cilindros em linha
Construção: Bloco e cabeça em ferro fundido
Válvulas: Duas válvulas por cilindro, accionadas por um veio excêntrico à cabeça
Diâmetro em curso: 85 x 88 mm
Cilindrada: 2996 cc
Relação de compressão: 8,5:1
Alimentação: Injecção mecânica Bosch
Potência máxima: 243 cv às 6100 rpm
Binário máximo: 293 Nm às 4800 rpm
Velocidade máxima: 260 Km/h
0-100 Km/h: 9,0 segundos

Transmissão
Manual de quatro velocidades

Carroçaria/ Chassis
Coupé de duas portas em aço e liga, com chassis em aço tipo "spaceframe"

Equipamento rolante
Direcção: esferas circulantes
Suspensão dianteira: triângulos duplos, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos
Suspensão traseira: semieixos com molas helicoidais e amortecedores telescópicos
Travões: tambor (dianteiros e traseiros)
Jantes: discos de aço 5 x 15"
Pneus: tela cruzada 6,7 x 15"

Dimensões
Comprimento: 4521 mm
Largura: 1778 mm
Altura: 1262 mm
Distância entre eixos: 2388 mm
Via: 1384 mm (dianteira), 1435 mm (traseira)
Peso: 1293 kg

Em 1954 !!!