Biografia
Germano Amorim (7 de Abril de 1880 - 12 de Janeiro de 1971) foi um jurista, jornalista e político português. Definia-se a si mesmo como republicano, laico e livre pensador.
Germano José de Amorim, conhecido por Germano Amorim, ou, Dr. Germano, nasceu na freguesia de Mazedo, Monção. Casou, no dia 11 de Setembro de 1909, com D. Joaquina Cândida Araújo Dias Amorim, natural da freguesia de Valadares (Monção), sendo uma das herdeiras da Casa da Amiosa da mesma freguesia do Concelho de Monção. Tiveram como filhos Bento Manuel de Araújo Amorim, Maria Albertina de Araújo Amorim Cerqueira, Virgínia Cândida de Araújo Amorim, Maria Júlia de Araújo Amorim de Sousa.[1]
Germano Amorim concluiu os seus estudos liceais em Guimarães. Viria a ser fundamental a ajuda do seu irmão, que era padre e residia naquela cidade exercendo lá o seu mister.
Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra no ano de 1905. Durante esse período viria a dar os seus primeiros passos na actividade política que viria a revelar-se rica.
Simultaneamente continua a sua actividade política em Arcos de Valdevez iniciada nos meios intelectuais e revolucionários da época na cidade académica de Coimbra. O contacto com intelectuais e nomes de referência da época, foram-lhe aguçando o gosto pela res publica, não mais tendo deixado de cessar a sua activíssima vida política. Iniciado na maçonaria na Loja Pátria, do Grande Oriente Lusitano, em Coimbra e Carbonário. Em 1907, foi um dos mais importantes activistas da celebérrima Greve Académica de Coimbra em 1907. Em 1909 Viria a estabelecer-se em Arcos de Valdevez tendo inicialmente assumido as funções de Notário no Cartório Notarial de Arcos de Valdevez.
Seria porém no exercício da advocacia que viria a notabilizar-se, sendo unanimemente considerado um tribuno de excelência. Em 23 de Outubro de 1910 Germano Amorim, cria o Centro Republicano Teixeira de Queiroz, que seria o primeiro em Arcos de Valdevez, mas que nunca chegaria a ser oficializado, sendo por isso, a 14 de Janeiro de 1912, novamente por iniciativa de Germano Amorim, substituído pelo Centro Republicano Democrático Arcoense e este sim, viria a perdurar. A criação deste Centro tinha como principal fim propagar as ideias democráticas e manifestar a sua oposição ao Administrador então nomeado. De referir que Germano Amorim era membro do Partido Democrático, considerado mais progressista que outras facções republicanas. Pertenciam a este Centro Republicano prestigiosos nomes locais tais como Tomaz Norton de Matos (médico e irmão do General Norton de Matos que mais tarde viria a notabilizar-se na política nacional), António da Silva Dias, Manuel Pimenta, Albano Azevedo Amorim, Alfredo Brito Lima, Américo Esteves, entre muitos outros.
Em 1922 foi eleito deputado da nação pelo círculo eleitoral de Braga nas listas do Partido Democrático, tendo exercido essas funções até ao ano de 1925 entre a 6.ª e 7.ª legislaturas.
Exerceu as funções de Presidente e de Presidente da Comissão Executiva da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez. No exercício deste cargo notabilizou-se a instalação, decorria o ano de 1925, da luz eléctrica em Arcos de Valdevez.
Foi Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez, sendo o responsável pela criação das famosas cédulas, com um valor monetário variável, para serem inutilizadas em prol da Santa da Misericórdia de Arcos de Valdevez e da sua benemérita obra.
Além do mais, viria a notabilizar-se ainda como jornalista. Foi director de cinco jornais nos quais se incluem os seguintes:
- O Avante;
- Alvorada do Vez;
- O Vez (também viria ser dirigido por Germano Amorim, José Cândido Gomes e Narciso de Faria Lima);[2]
- A Trombeta (do qual viriam ainda a ser directores Álvaro de Aguiam e Camilo José de Carvalho);[3]
- A Voz do Minho (Foram ainda directores José de Sousa Guimarães, Celestino Pinto da Cunha e António Ramos).
Foi portanto quem maior número de jornais dirigiu durante o período de implantação da República em Arcos de Valdevez.
Além dos dados biográficos brevemente descritos e para aprofundar a sua exactidão, Germano Amorim notabilizou-se pelo seu enorme altruísmo e sentido de fraternidade para com os mais desfavorecidos, essencialmente na prática da sua profissão, por prestar os seus serviços causídicos pro bonum. Ajudou sempre quem mais necessitava e esteve sempre ao lado dos mais fracos que mereciam esse empenho.
Foi provavelmente a figura que mais se destacou em Arcos de Valdevez no período de implantação da República em Portugal.
As suas guerras com a facção distinta presidida por Sousa Guimarães, também conhecido por Dr. Guimarães, viriam a marcar a vida política local para sempre, constituindo alguns desses episódios autênticos actos de inspiração para o exercício dos cargos no poder local. Os dois viriam a compatibilizar-se no futuro contra o Estado Novo, contra Salazar, a 5 de Julho de 1931, através de uma aliança Republicano–Socialista, constituindo-se para tal efeito uma Grande Comissão constituída pelo Dr. Germano, Dr. Guimarães, Dr. Tomaz Norton de Matos, Caetano de Faria Lima, entre outros nomes notáveis da época que infelizmente também têm sido esquecidos da memória colectiva arcuense e nacional. Viria a aderir ao Partido Republicano Federal, que congregava as diferentes visões republicanas, principalmente com a união do Partido Democrático e do Partido Liberal Republicano.
Referências
- ↑ Geneall.pt. Germano José de Amorim (em português). Página visitada em 25 de janeiro de 2010.
- ↑ Publicações Periódicas Portuguesas. Página visitada em 25 de janeiro de 2010.
- ↑ Publicações Periódicas Portuguesas. Página visitada em 25 de janeiro de 2010.