Anderlecht-1 Benfica-0
Benfica-1 Anderlecht-1
Benfica-0 PSV-0, 5-6 nos penalties.
Liverpool-0 Benfica-2, em 2006
Ac.Milão-1 Benfica-0
Nos anos 80 e 90 perdemos 3 finais europeias por dois golos de diferença...
Estivemos lá, e isto vem a propósito porque estava eu a falar de futebol com uma certa pessoa, quando numa determinada fase da conversa, vem a constatação de que Salazar apoiava o Benfica...
Aí não me pude calar!!!
Resolvi alinhavar umas linhas sobre a ideia estúpida e malévola de que o Benfica era o "clube do sistema”.
O Benfica, até à presidência de Mário Madeira (1949), foi quase sempre liderado por gente da oposição, como Félix Bermudes e Tamagnini Barbosa e correu mesmo um risco sério, na época do MUD, de ser encerrado. Nessa altura era presidente o Brigadeiro Tamagnini Barbosa.
O Benfica era claramente um clube mal visto pelo poder político, que achava que os seus corpos gerentes estavam cheios de oposicionistas. A sua visibilidade pública era censurada pelo regime. Talvez devido a essa situação, forjou ao longo de décadas, uma grande dinâmica popular e uma mística, que lhe permitiu, depois de ter sido despejado de vários recintos, fazer um estádio próprio sem recurso a subsídios, apenas com o dinheiro dos sócios.
Era óbvio que a adesão ao Benfica não era apenas de gente oposta ao regime. Os afectos clubistas são muito mais sólidos que os outros: uma pessoa muda de partido, muda de cônjuge, muda de nacionalidade ... mas não muda de clube. A razão da ascensão de Mário Madeira à presidência foi justamente uma tentativa de evitar um maior endurecimento do regime contra o Benfica.
Os riscos de encerramento que o Benfica correu entre 1946 e 1950, conjuntamente com a enorme popularidade do clube, facilitou um take over progressivo por gente ligada ao mundo dos negócios que viram no Benfica uma possibilidade de adquirirem protagonismo social.
O Benfica era claramente um clube mal visto pelo poder político, que achava que os seus corpos gerentes estavam cheios de oposicionistas. A sua visibilidade pública era censurada pelo regime. Talvez devido a essa situação, forjou ao longo de décadas, uma grande dinâmica popular e uma mística, que lhe permitiu, depois de ter sido despejado de vários recintos, fazer um estádio próprio sem recurso a subsídios, apenas com o dinheiro dos sócios.
Era óbvio que a adesão ao Benfica não era apenas de gente oposta ao regime. Os afectos clubistas são muito mais sólidos que os outros: uma pessoa muda de partido, muda de cônjuge, muda de nacionalidade ... mas não muda de clube. A razão da ascensão de Mário Madeira à presidência foi justamente uma tentativa de evitar um maior endurecimento do regime contra o Benfica.
Os riscos de encerramento que o Benfica correu entre 1946 e 1950, conjuntamente com a enorme popularidade do clube, facilitou um take over progressivo por gente ligada ao mundo dos negócios que viram no Benfica uma possibilidade de adquirirem protagonismo social.
As vitórias europeias levaram a que Salazar descobrisse, por seu lado, que a paixão pelo futebol podia trazer dividendos políticos.
Mas mesmo nesse enquadramento, o Benfica não se tornou o “clube do sistema”. Quando foi o 25 de Abril, o presidente do Benfica era Borges Coutinho.
Desde muito cedo me ensinaram que “uma mentira dita muitas vezes passa a ser verdade.” Mas, como sempre, nunca dei ouvidos aos mais velhos que me tentavam ensinar a viver com este e outros dizeres populares e sempre preferi acreditar que “mais rápido se apanha um mentiroso que um coxo” ou que “mentiras têm, sempre pernas curtas”.
Todavia, fui crescendo e abrindo os olhos à minha custa, percebendo por experiência própria que, afinal, muitas vezes a mentira vence.
No futebol, um mal entendido bem aproveitado por pessoas mal intencionadas, consegue transformar uma mentira repetida em verdade absoluta.
Como é óbvio, tanto num campo como no outro, só se deixa levar pelas mentiras quem não gosta de pensar por si mesmo, quem prefere enveredar por falsas verdades – feitas por outros – e que, simplesmente têm de papaguear.
Os adeptos assumem a plena condição de suporte do clube e dos seus representantes e escondem a cabeça na areia para não verem crimes evidentes e, desse modo, conseguir proteger os seus dirigentes. Por outro lado, esses dirigentes – melhor que ninguém – promovem a ideia de que são vítimas de uma sistema ultra complexo que, em toda e qualquer situação os quer prejudicar. E quando dizem “nos quer prejudicar” não se referem aos dirigentes, mas sim a todo o clube e mesmo às cidades a que pertencem de forma a incendiar um sentimento bairrista do século passado e que alimenta a vontade de os adeptos apoiarem ainda mais os seus líderes mesmo que sejam criminosos.
Toda esta conversa tem uma razão essencial: a mentira de que o Benfica era um clube protegido por salazar tem sido dita muitas vezes com o objectivo duplo de menorizar as vitórias passadas do clube e modificar a história do futebol Português e, mesmo, de Portugal.
Ainda não o fizeram porque, felizmente, não podem nem conseguem mudar e reescrever a história do futebol e a história de Portugal, mas reconheço que já conquistaram bastantes almas e mentes (pouco preocupadas em pensar por si) para a sua batalha de uma vida. Muitas vezes esta mentira surge para emcaputar problemas de alguns dirigentes e clubes com a justiça ou mesmo para dissipar as suspeições que a opinião pública lança a algumas vitórias de alguns clubes.
Quem começou a promover esta mentira foi inteligente (e maquiavélico) porque pretendeu minimizar e transformar as vitórias claras do Benfica em algo desprezível, assim como enaltecer uma espécie de luta contínua e activa a tudo o que diga respeito a esse clube.
Actualmente, qualquer adepto menos formado ou informado não hesita em lembrar (mesmo que não se lembre e não saiba) aos colegas Benfiquistas que outrora foram beneficiados pela ditadura de salazar. Esse argumento é de tal maneira repetitivo e ridículo que há muitos Benfiquistas que nem sequer lhe passam troco, assim como há adeptos de outros clubes que quando confrontados com a verdade ficam estupefactos. Perante isso, uns informam-se e deixam de falar nisso mas a maioria faz de conta que não ouve e continua a repetir a lengalenga como mandam os seus superiores.
Não escondo a minha paixão pelo Benfica mas também não admito que me digam que adulterei dados ou omiti informações na pesquisa que fiz e que de seguida vos apresentarei.
Não sou jornalista mas estou habituado desde muito novo a pensar por mim mesmo – também agora não me calo perante uma tentativa vergonhosa e maliciosa em mudar a história do Benfica e de Portugal.
O Benfica venceu mais provas nacionais sem salazar no poder do que com ele:
O Campeonato Português de futebol conta com 73 edições, 31 ganhas pelo Benfica. antónio de oliveira salazar liderou o nosso país entre 32 e 68 deixando saudades a muitos e raiva a outros (eu estou nestes últimos). Desde a época 33/34 a 68/69 passaram 35 temporadas. Nesse tempo o Benfica venceu 14 campeonatos, contando com o de 68/69; o Sporting venceu 12 e o Porto 8 vezes.
Desde muito cedo me ensinaram que “uma mentira dita muitas vezes passa a ser verdade.” Mas, como sempre, nunca dei ouvidos aos mais velhos que me tentavam ensinar a viver com este e outros dizeres populares e sempre preferi acreditar que “mais rápido se apanha um mentiroso que um coxo” ou que “mentiras têm, sempre pernas curtas”.
Todavia, fui crescendo e abrindo os olhos à minha custa, percebendo por experiência própria que, afinal, muitas vezes a mentira vence.
No futebol, um mal entendido bem aproveitado por pessoas mal intencionadas, consegue transformar uma mentira repetida em verdade absoluta.
Como é óbvio, tanto num campo como no outro, só se deixa levar pelas mentiras quem não gosta de pensar por si mesmo, quem prefere enveredar por falsas verdades – feitas por outros – e que, simplesmente têm de papaguear.
Os adeptos assumem a plena condição de suporte do clube e dos seus representantes e escondem a cabeça na areia para não verem crimes evidentes e, desse modo, conseguir proteger os seus dirigentes. Por outro lado, esses dirigentes – melhor que ninguém – promovem a ideia de que são vítimas de uma sistema ultra complexo que, em toda e qualquer situação os quer prejudicar. E quando dizem “nos quer prejudicar” não se referem aos dirigentes, mas sim a todo o clube e mesmo às cidades a que pertencem de forma a incendiar um sentimento bairrista do século passado e que alimenta a vontade de os adeptos apoiarem ainda mais os seus líderes mesmo que sejam criminosos.
Toda esta conversa tem uma razão essencial: a mentira de que o Benfica era um clube protegido por salazar tem sido dita muitas vezes com o objectivo duplo de menorizar as vitórias passadas do clube e modificar a história do futebol Português e, mesmo, de Portugal.
Ainda não o fizeram porque, felizmente, não podem nem conseguem mudar e reescrever a história do futebol e a história de Portugal, mas reconheço que já conquistaram bastantes almas e mentes (pouco preocupadas em pensar por si) para a sua batalha de uma vida. Muitas vezes esta mentira surge para emcaputar problemas de alguns dirigentes e clubes com a justiça ou mesmo para dissipar as suspeições que a opinião pública lança a algumas vitórias de alguns clubes.
Quem começou a promover esta mentira foi inteligente (e maquiavélico) porque pretendeu minimizar e transformar as vitórias claras do Benfica em algo desprezível, assim como enaltecer uma espécie de luta contínua e activa a tudo o que diga respeito a esse clube.
Actualmente, qualquer adepto menos formado ou informado não hesita em lembrar (mesmo que não se lembre e não saiba) aos colegas Benfiquistas que outrora foram beneficiados pela ditadura de salazar. Esse argumento é de tal maneira repetitivo e ridículo que há muitos Benfiquistas que nem sequer lhe passam troco, assim como há adeptos de outros clubes que quando confrontados com a verdade ficam estupefactos. Perante isso, uns informam-se e deixam de falar nisso mas a maioria faz de conta que não ouve e continua a repetir a lengalenga como mandam os seus superiores.
Não escondo a minha paixão pelo Benfica mas também não admito que me digam que adulterei dados ou omiti informações na pesquisa que fiz e que de seguida vos apresentarei.
Não sou jornalista mas estou habituado desde muito novo a pensar por mim mesmo – também agora não me calo perante uma tentativa vergonhosa e maliciosa em mudar a história do Benfica e de Portugal.
O Benfica venceu mais provas nacionais sem salazar no poder do que com ele:
O Campeonato Português de futebol conta com 73 edições, 31 ganhas pelo Benfica. antónio de oliveira salazar liderou o nosso país entre 32 e 68 deixando saudades a muitos e raiva a outros (eu estou nestes últimos). Desde a época 33/34 a 68/69 passaram 35 temporadas. Nesse tempo o Benfica venceu 14 campeonatos, contando com o de 68/69; o Sporting venceu 12 e o Porto 8 vezes.
Ora bem: de 31 títulos o Benfica conquistou 14 enquanto salazar foi presidente do conselho e 17 com os outros todos. Agora façam o simples raciocínio: 73 edições de campeonato; 35 decorreram sob a égide de salazar e o Benfica venceu 14; 38 decorreram sem salazar no poder e o Benfica venceu 17 vezes, enquanto o Sporting venceu 6 vezes e o Porto 17 vezes. Ou seja, o Benfica venceu tantos (ou mais, em termos percentuais) títulos sem salazar do que com salazar.
Em 84 edições da taça de Portugal o Benfica venceu 27, 14 sem salazar e 13 com salazar. Mais uma vez: com ou sem ele o Benfica mantém sempre a senda vitoriosa.
As participações do Benfica nas provas Europeias demonstram a grandiosidade do clube a supremacia desportiva em relação aos adversários:
O Benfica conta com 8 finais europeias (7 na taça dos campeões europeus e uma na taça uefa) e duas meias-finais (taça das taças). Venceu ainda a taça latina (que veio dar origem à taça dos campeões europeus) e uma edição da taça ibérica (em 83/84).
Bem, parece que não havia pai para nós naquela altura, em Portugal, no estrangeiro e pelo caminho...
Época dourada (em termos internos) do Benfica coincide com o período mais esquerdista de Portugal, a década de 70:
Em 10 edições do campeonato, na década de 70, o Benfica limpou 6 e conseguiu fazer dois campeonatos sem perder um único jogo.
Em 74/75 o Benfica foi campeão, inclusive foi o 1º de uma sequência de 3 (tri). Conhecem algum período da história política Portuguesa onde estivéssemos mais virados à esquerda? Quem ganhou mais nesse período? O Benfica, claro!
Concluindo: se quiserem relacionar futebol com política terão que dizer que o Benfica foi o mais forte com salazar, sem salazar, com marcelo caetano, com os governos provisórios, com Mário Soares, Francisco Sá Carneiro,Mota Pinto,Pinto Balsemão, Freitas do Amaral, Lurdes Pintassilgo. Já agora, continuando a relação política-futebol, com 10 de Cavaco o Benfica venceu 5 e o Porto 5. Com Guterres o Porto fez o penta, seria justo eu dizer que Guterres favoreceu as vitórias do Porto? Obviamente, não!
Nos 20 anos seguintes à revolução de Abril o Benfica venceu 10 campeonatos e 7 Taças de Portugal, contra 8 campeonatos e 5 taças ganhas pelo Porto e 2 campeonatos e 2 taças conquistadas pelo Sporting.
Em 84 edições da taça de Portugal o Benfica venceu 27, 14 sem salazar e 13 com salazar. Mais uma vez: com ou sem ele o Benfica mantém sempre a senda vitoriosa.
As participações do Benfica nas provas Europeias demonstram a grandiosidade do clube a supremacia desportiva em relação aos adversários:
O Benfica conta com 8 finais europeias (7 na taça dos campeões europeus e uma na taça uefa) e duas meias-finais (taça das taças). Venceu ainda a taça latina (que veio dar origem à taça dos campeões europeus) e uma edição da taça ibérica (em 83/84).
Bem, parece que não havia pai para nós naquela altura, em Portugal, no estrangeiro e pelo caminho...
Época dourada (em termos internos) do Benfica coincide com o período mais esquerdista de Portugal, a década de 70:
Em 10 edições do campeonato, na década de 70, o Benfica limpou 6 e conseguiu fazer dois campeonatos sem perder um único jogo.
Em 74/75 o Benfica foi campeão, inclusive foi o 1º de uma sequência de 3 (tri). Conhecem algum período da história política Portuguesa onde estivéssemos mais virados à esquerda? Quem ganhou mais nesse período? O Benfica, claro!
Concluindo: se quiserem relacionar futebol com política terão que dizer que o Benfica foi o mais forte com salazar, sem salazar, com marcelo caetano, com os governos provisórios, com Mário Soares, Francisco Sá Carneiro,Mota Pinto,Pinto Balsemão, Freitas do Amaral, Lurdes Pintassilgo. Já agora, continuando a relação política-futebol, com 10 de Cavaco o Benfica venceu 5 e o Porto 5. Com Guterres o Porto fez o penta, seria justo eu dizer que Guterres favoreceu as vitórias do Porto? Obviamente, não!
Nos 20 anos seguintes à revolução de Abril o Benfica venceu 10 campeonatos e 7 Taças de Portugal, contra 8 campeonatos e 5 taças ganhas pelo Porto e 2 campeonatos e 2 taças conquistadas pelo Sporting.
Elucidativo!!!
salazar censurou o hino do Benfica:
O Benfica era de tal forma protegido por salazar que foi obrigado a mudar o seu hino oficial pelo ditador. Quem não conhece a história do Benfica pode pensar que o seu hino de sempre é a música de Luís Piçarra – aquela das papoilas saltitantes – mas isso não corresponde à verdade.
O hino oficial do Benfica, composto por Bermudes, chamava-se "Avante Benfica" e foi censurado por Salazar por ser entendido como uma afronta ao seu poder. E, na verdade, poderia ser considerado como tal, já que tanto Bermudes como outros dirigentes do clube eram, públicos, opositores de salazar.
Até Miguel Sousa Tavares reconhece:
Miguel Sousa Tavares, adepto portista reconhecidíssimo, no seu último best seller, Rio das Flores (que li e adorei), apresenta um excelente trabalho acerca da evolução das ditaduras de direita na primeira metade do século XX. A ditadura de Franco, o fascismo de Hitler e Mussolini, o estado novo em Portugal e a ditadura de direita no Brasil foram os regimes explorados pelo autor. Miguel Sousa Tavares não podia ser mais explícito, e a dada altura, refere: “Sporting era o clube do regime”. Contudo, como sempre, salazar aproveitou-se das vitórias do Benfica para se promover e credibilizar como faria qualquer ditador. Para além de referir isso no livro (que aconselho) também o fez na sua crónica da Bola. Não se esqueçam que para além de escritor Miguel Sousa Tavares é jornalista e um comentador credível, como tal, não diria uma coisa destas por dizer...
salazar censurou o hino do Benfica:
O Benfica era de tal forma protegido por salazar que foi obrigado a mudar o seu hino oficial pelo ditador. Quem não conhece a história do Benfica pode pensar que o seu hino de sempre é a música de Luís Piçarra – aquela das papoilas saltitantes – mas isso não corresponde à verdade.
O hino oficial do Benfica, composto por Bermudes, chamava-se "Avante Benfica" e foi censurado por Salazar por ser entendido como uma afronta ao seu poder. E, na verdade, poderia ser considerado como tal, já que tanto Bermudes como outros dirigentes do clube eram, públicos, opositores de salazar.
Até Miguel Sousa Tavares reconhece:
Miguel Sousa Tavares, adepto portista reconhecidíssimo, no seu último best seller, Rio das Flores (que li e adorei), apresenta um excelente trabalho acerca da evolução das ditaduras de direita na primeira metade do século XX. A ditadura de Franco, o fascismo de Hitler e Mussolini, o estado novo em Portugal e a ditadura de direita no Brasil foram os regimes explorados pelo autor. Miguel Sousa Tavares não podia ser mais explícito, e a dada altura, refere: “Sporting era o clube do regime”. Contudo, como sempre, salazar aproveitou-se das vitórias do Benfica para se promover e credibilizar como faria qualquer ditador. Para além de referir isso no livro (que aconselho) também o fez na sua crónica da Bola. Não se esqueçam que para além de escritor Miguel Sousa Tavares é jornalista e um comentador credível, como tal, não diria uma coisa destas por dizer...
Dirigentes contra poder nas direcções do Benfica:
Quem sabe um pouco do que fala bastava pensar que o Benfica foi o único clube Português que, desde sempre, implementou o funcionamento de assembleias gerais democráticas e eleições livres para os órgãos sociais (mesmo durante o período em que Portugal prescindia de eleições). Só esse facto abona a favor de um clube que, sempre virado para o povo, lhe dava a possibilidade de escolher e decidir dirigentes e políticas. Contudo, não posso deixar de referir que na história do Benfica contam-se imensos dirigentes contra poder que deitam por terra qualquer ligação do Benfica ao fascismo de salazar. Manuel Conceição Afonso, Félix Bermudes (o autor do hino censurado), Tamagnini Barbosa e Júlio Ribeiro são alguns desses exemplos. Mais, este último declarou publicamente que não se recandidataria à presidência do clube porque, precisamente, sabia estar a prejudica-lo junto do poder central.
Para finalizar: José Magalhães Godinho - conhecido opositor do regime - foi o primeiro director do jornal do Benfica.
Datas e acontecimentos engraçados:
O estádio das antas foi inaugurado dia 28 de Maio (dia comemorativo da revolução que deu origem ao estado novo); quando o Benfica foi ocupar o campo 28 de Maio (onde jogava o Sporting) muda o seu nome para, simplesmente, estádio do Campo Grande...
É, também, curioso saber que a selecção nacional só jogou o estádio da luz 17 anos depois de ser construído, em 1971. (Talvez a isto esteja ligado o facto de as bandeiras do Benfica terem sido empunhadas por muito como substituição das bandeiras soviéticas) Já o tinha feito em todos os outros campos mas na Luz havia alguém que não deixava, quem seria?
Mais um exemplo deste tipo de atrocidades cometidas pelo regime foi o facto de obrigarem o Benfica a jogar a final da taça de Portugal em 61/62 em casa do adversário (vitória de setúbal) um dia depois de o Benfica ter vencido o Barcelona na final da taça dos campeões europeus. Os 15 jogadores que estiveram nesse jogo estavam em viagem no dia do jogo em Setúbal que perdemos 1-0...
Em 54/55 O Benfica apesar de campeão não foi indicado para a Taça dos Campeões Europeus porque naquela altura os clubes eram sugeridos pelas entidades nacionais responsáveis e o Benfica, mesmo sendo campeão, foi preterido em favor do Sporting...
Não deixar sair Eusébio foi prejudicial ao Benfica:
O provincianismo que anda de mãos dadas ao futebol faz com que muitos adeptos anti-Benfica refiram o facto de não deixar sair Eusébio como prova de que salazar protegia o Benfica.
Meus caros, Eusébio era o melhor, é o melhor e sempre!
Mas o Benfica era de tal ordem superior que mesmo sem ele continuaria a vencer. Tanto é que até foi campeão europeu contra o Barcelona sem ele.
O grande problema é que a transferência que teve para se realizar com o Inter e com a Juventus tornaria o Benfica num clube muito poderoso em termos económicos e isso causaria problemas ao regime que sempre prejudicou o Benfica, precisamente, por ser um clube de origem humilde e sem recursos como os clubes formados por aristocratas (Porto e Sporting, por exemplo).
Mais, se Eusébio saísse o nome do Benfica iria mais além e quando ele regressasse continuaríamos a ter nas nossas fileiras o melhor jogador português de todos os tempos e, quem sabe, o melhor do mundo de todos os tempos.
Não o deixar sair só prejudicou o próprio e o Benfica.
Para já fico-me por aqui, foi um post que me deu imenso trabalho porque fiz questão de indicar motivos suficientes para que os mais cépticos comprovem os dados e informações que aqui lhes transmito.
Não sinto qualquer necessidade em contrariar aqueles que dizem que o Benfica era o clube de salazar porque - como já disse - qualquer pessoa que pense por si e conheça o mínimo da história de Portugal sabe que isso é...como hei-de dizer...estúpido!Mesmo assim fiz questão de fazer este trabalho para que aqueles que entopem todos os blogs e espaços de discussão futebolística com esta treta possam perceber (se tiverem essa capacidade) o ridículo em que caem ao fazer essa referência.
Quem sabe um pouco do que fala bastava pensar que o Benfica foi o único clube Português que, desde sempre, implementou o funcionamento de assembleias gerais democráticas e eleições livres para os órgãos sociais (mesmo durante o período em que Portugal prescindia de eleições). Só esse facto abona a favor de um clube que, sempre virado para o povo, lhe dava a possibilidade de escolher e decidir dirigentes e políticas. Contudo, não posso deixar de referir que na história do Benfica contam-se imensos dirigentes contra poder que deitam por terra qualquer ligação do Benfica ao fascismo de salazar. Manuel Conceição Afonso, Félix Bermudes (o autor do hino censurado), Tamagnini Barbosa e Júlio Ribeiro são alguns desses exemplos. Mais, este último declarou publicamente que não se recandidataria à presidência do clube porque, precisamente, sabia estar a prejudica-lo junto do poder central.
Para finalizar: José Magalhães Godinho - conhecido opositor do regime - foi o primeiro director do jornal do Benfica.
Datas e acontecimentos engraçados:
O estádio das antas foi inaugurado dia 28 de Maio (dia comemorativo da revolução que deu origem ao estado novo); quando o Benfica foi ocupar o campo 28 de Maio (onde jogava o Sporting) muda o seu nome para, simplesmente, estádio do Campo Grande...
É, também, curioso saber que a selecção nacional só jogou o estádio da luz 17 anos depois de ser construído, em 1971. (Talvez a isto esteja ligado o facto de as bandeiras do Benfica terem sido empunhadas por muito como substituição das bandeiras soviéticas) Já o tinha feito em todos os outros campos mas na Luz havia alguém que não deixava, quem seria?
Mais um exemplo deste tipo de atrocidades cometidas pelo regime foi o facto de obrigarem o Benfica a jogar a final da taça de Portugal em 61/62 em casa do adversário (vitória de setúbal) um dia depois de o Benfica ter vencido o Barcelona na final da taça dos campeões europeus. Os 15 jogadores que estiveram nesse jogo estavam em viagem no dia do jogo em Setúbal que perdemos 1-0...
Em 54/55 O Benfica apesar de campeão não foi indicado para a Taça dos Campeões Europeus porque naquela altura os clubes eram sugeridos pelas entidades nacionais responsáveis e o Benfica, mesmo sendo campeão, foi preterido em favor do Sporting...
Não deixar sair Eusébio foi prejudicial ao Benfica:
O provincianismo que anda de mãos dadas ao futebol faz com que muitos adeptos anti-Benfica refiram o facto de não deixar sair Eusébio como prova de que salazar protegia o Benfica.
Meus caros, Eusébio era o melhor, é o melhor e sempre!
Mas o Benfica era de tal ordem superior que mesmo sem ele continuaria a vencer. Tanto é que até foi campeão europeu contra o Barcelona sem ele.
O grande problema é que a transferência que teve para se realizar com o Inter e com a Juventus tornaria o Benfica num clube muito poderoso em termos económicos e isso causaria problemas ao regime que sempre prejudicou o Benfica, precisamente, por ser um clube de origem humilde e sem recursos como os clubes formados por aristocratas (Porto e Sporting, por exemplo).
Mais, se Eusébio saísse o nome do Benfica iria mais além e quando ele regressasse continuaríamos a ter nas nossas fileiras o melhor jogador português de todos os tempos e, quem sabe, o melhor do mundo de todos os tempos.
Não o deixar sair só prejudicou o próprio e o Benfica.
Para já fico-me por aqui, foi um post que me deu imenso trabalho porque fiz questão de indicar motivos suficientes para que os mais cépticos comprovem os dados e informações que aqui lhes transmito.
Não sinto qualquer necessidade em contrariar aqueles que dizem que o Benfica era o clube de salazar porque - como já disse - qualquer pessoa que pense por si e conheça o mínimo da história de Portugal sabe que isso é...como hei-de dizer...estúpido!Mesmo assim fiz questão de fazer este trabalho para que aqueles que entopem todos os blogs e espaços de discussão futebolística com esta treta possam perceber (se tiverem essa capacidade) o ridículo em que caem ao fazer essa referência.
O Benfica sempre foi olhado com suspeita por Salazar e os seus pares, era o clube da ralé, como eles diziam , e supremo crime a bandeira era VERMELHA, ora já se sabe o ódio que o botas de santa comba tinha a tudo o que fosse vermelhusco.... Até dizia encarnado...
E digo mais:
As direcções do Sporting, nas décadas de 40 e 50 e no início de 60, eram constituídas por gente da Legião Nacional e da UN - Góis Mota, Maia Loureiro e outros.
A ditadura ajudou o F.C. Porto a construir o Estadio das Antas, simbolicamente inaugurado a 28 de maio (data da revolução nacional de 1926).
As ligações do F.C. Porto ao poder permitiram-lhe incrivelmente nas epocas de 39/40 e 41/42 conseguir 2 alargamentos dos nacionais para evitar descer à 2º divisão.
Se houver quem mais queira contribuir para este artigo estejam à vontade porque, para mim, a verdade deve sobrepor-se a tudo, tudo mesmo.
P.S: Não se esqueçam que "cegos não são os que não vêem mas sim os que não querem ver..."
As ligações do F.C. Porto ao poder permitiram-lhe incrivelmente nas epocas de 39/40 e 41/42 conseguir 2 alargamentos dos nacionais para evitar descer à 2º divisão.
Se houver quem mais queira contribuir para este artigo estejam à vontade porque, para mim, a verdade deve sobrepor-se a tudo, tudo mesmo.
P.S: Não se esqueçam que "cegos não são os que não vêem mas sim os que não querem ver..."
6 comentários:
Grandioso Francisco.Vi no teu msn a alusão ao teu blog.
Artigo oportuno,Francisco.Parabéns.O Benfica não foi campeão europeu em 1988 por 1 penálti falhado. Pergunto se porventura o Salazar fosse vivo nessa altura, a bola teria entrado... ou então qual foi o ditador português em 1982,1988 e 1990 que fizeram com que o Benfica fosses às finais? E já agora o Salazar foi um ditador influente na europa do futebol quando o SLB foi bi-campeão europeu?
Sabem quantos campeonatos o slb conquistou desde a morte de salazar em 1970? e quantas taças de portugal? a chegada às finais da uefa de 1982 e taça dos campeões de 1988 e 1990, acham que foi com a ajuda "sobrenatural" de 1 morto? o slb teve mais vitórias em jogos europeus do que o fcp, mesmo contando a partir da morte do ditador.
Forte abraço Francisco.
Beijo da Júlia.
Hugo.
Grande artigo meu caro amigo! Desafio-te agora a desmascarares mais um mito criado. O famoso Calabote e a a falaciosa, a farsa, criada em volta do único mito do futebol português: o sempre glorioso Benfica.
P.S. tenho informações sobre o assunto
Bom post sim senhor!
Aproveito no entanto para acrescentar, como aconselhaste, que o Benfica em toda a sua história sempre entrou em campo ao som do seu hino (inicialmente o Avante Benfica e posteriormente o Ser Benfiquista).
Já o mesmo não se poderá dizer de FCP e SCP, que numa dada época, entravam ao som do Hino nacional (até aqui tudo admíssivel) não sem posteriormente realizar a saudação nazi... elucidativo.
Outras histórias haveria para contar, e diria que fazias muito bem em seguir o conselho do Germano e desmistificar a do Calabote, hoje sinónimo de uma suposta influência Benfiquista sobre as arbitragens, mas para a imprensa da altura um árbitro que até nem dirigiu mal a partida! Basta ir aos arquivos, está lá tudo... mas aos certos, não aqueles que repetem exaustivamente até um dia se tornarem verdade.
ACR
O Campeonato Português de Futebol conta com 73 edições, 31 ganhas pelo Benfica. António de Oliveira Salazar liderou Portugal entre 1933 e 1968. Desde da época 1933/34 a 1968/69 passaram 35 temporadas. Nesse tempo o Benfica venceu 14 campeonatos, o Sporting venceu 12 e o Porto 8. Assim sendo, de 31 títulos, o Benfica conquistou 14 enquanto Salazar esteve no poder e 17 sem Salazar. Tem-se de assinalar que o Sporting venceu apenas 6 vezes sem Salazar. Ou seja, em termos percentuais, cerca de 64% dos títulos do Sporting foram conquistados com Salazar no poder, ao contrário do Benfica, com cerca de 45%.
Em termos Europeus, o Benfica conta com 8 finais europeias (7 na taça dos campeões europeus e uma na taça uefa) e duas meias-finais (taça das taças). Venceu ainda a taça latina e uma edição da taça ibérica (em 83/84). Estes dados mostram o poderio do Benfica quer em Portugal, quer na Europa, na era Salazar e no pós-Salazar. Relembro que a final da Taça Uefa foi em 1982/83 e a última presença na final na Taça dos Campeões Europeus foi em 1987/1988. Estas duas finais estão bem longe do período de influência de Salazar…
Mas será que Slazar se fosse vivo marcaria o penalty que Veloso falhou contra o PSV na final e igualava o resultado contra o Anderlecht e Milão também nas finais?
Forte abraço Francisco.
E já me ia esquecendo da final contra o Milao em 1990.
Bom post, no entanto cometes algumas imprecisões:
"Mais um exemplo deste tipo de atrocidades cometidas pelo regime foi o facto de obrigarem o Benfica a jogar a final da taça de Portugal em 61/62 em casa do adversário (vitória de setúbal) um dia depois de o Benfica ter vencido o Barcelona na final da taça dos campeões europeus. Os 15 jogadores que estiveram nesse jogo estavam em viagem no dia do jogo em Setúbal que perdemos 1-0..."
Foi a segunda mão da meia-final daí ter sido em Setúbal e se não me engano perdemos 4-1. E o regime não tem nada a ver com isso, foi decisão da Federação.
Também não é verdade que não tenhamos recebido dinheiro para o estádio, recebemos foi menos que os outros.
Esta também é incorrecta:
"As ligações do F.C. Porto ao poder permitiram-lhe incrivelmente nas epocas de 39/40 e 41/42 conseguir 2 alargamentos dos nacionais para evitar descer à 2º divisão."
O FC Porto ficou na primeira divisão devido, também, à votação dos outros clubes, SL Benfica incluído.
A história do Eusébio não está bem contada.
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