segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O Brasil no Mundial 82 - Alô RTP Memória!!!


A caminho de Espanha, o escrete passou aqui em Portugal para um estágio.

Pela TV e rádios passavam jornalistas brasileiros em série. Falavam de uma super-equipa, apesar de dois nomes muito contestados: Valdir Peres, o guarda-redes, e Serginho, o ponta-de-lança.

Quando o Brasil chegou à Portela e um jornalista brasileiro perguntou a Valdir Peres se achava se era o melhor guarda redes do Mundo, abri a boca de espanto. Não fazia a mínima ideia de quem era Valdir Peres, se era bom ou não, mas o melhor "Keeper" do Mundo não era de certeza. Para mim, os melhores do mundo eram, o Dasaev, o Zoff, o Schumacher,o Pfaff... Aliás o frango do primeiro jogo criou uma fama a Valdir Peres de pior guarda redes do Mundo, mas esse título era exagerado.
O Mundial Espanha 82 marcou indelevelmente a minha infância.
Foi uma competição extraordinária, disputada aqui mesmo ao lado (ainda que as distâncias nessa altura fossem bem mais difíceis de percorrer), e que juntou figuras como Maradona, Platini, Zico, Rummenigge, Breitner, Falcão, Sócrates, Paolo Rossi, Conti, Tardelli, Keegan, Krankl, Panenka, Dino Zoff, Kempes, Boniek e muitos outros, numa época em que o futebol ainda não tinha definitivamente sido conquistado pelo pragmatismo dos resultados.

É verdade que Portugal não esteve presente, mas isso até então era vulgar – apenas em 1966 a selecção nacional conseguira o apuramento. Não foi portanto esse “pormenor” que impediu que o país futebolístico parasse durante um mês, em frente dos televisores (a maioria ainda a preto e branco), a deliciar-se com a quantidade e qualidade das estrelas que lhe entravam pela casa dentro.
À falta de Portugal, era o Brasil (que até estagiou cá em Portugal) que nos alegrava a alma.Recorde-se que este Mundial contou com a participação de 24 países, o que além de representar uma novidade em termos de formato, significava um número acrescido de jogos – de 38 jogos nos mundiais anteriores, tínhamos agora 52, todos, ou quase, transmitidos pela televisão.
Vivia-se ainda nos dias da rádio, em que as transmissões televisivas se cingiam normalmente à final da Taça de Inglaterra, à final da Taça dos Campeões, e a um ou outro jogo da selecção nacional no estrangeiro.
Imagine-se pois o regalo que era durante um mês poder desfrutar de 52 jogos entre as melhores selecções do mundo, recheadas de algumas das estrelas mais cintilantes da história da modalidade.
Conforme disse, a esmagadora maioria dos portugueses apoiava a selecção brasileira. O nosso país, depois das convulsões revolucionárias, vivia uma fase de reencontro com os seus símbolos nacionais, e o mais importante de todos era a língua. Esse aspecto, paralelamente à possibilidade de êxito que uma selecção brasileira sempre abre em qualquer competição, fazia com que milhares, para não dizer milhões, de portugueses vibrassem com o “Escrete Canarinho”,até porque essa equipa do Brasil não era uma equipa qualquer.Se me perguntarem qual foi o melhor jogador do meu tempo, não hesito: Diego Maradona. Se me perguntarem qual o melhor conjunto, talvez responda o Milan de Sacchi ou o Liverpool de Paisley... O meu Benfica que o diga...
Se a questão contudo for qual a equipa que mais me encantou, ou aquela cujo perfume mais sedução espalhou, essa foi sem dúvida a selecção brasileira de 1982, que praticava o futebol mais bonito que alguma vez pude ver.
Era interessante que a RTP Memória pudesse um dia passar esses jogos, pois o requinte técnico, a magia colectiva alicerçada no talento individual de vários foras-de-série, a força ofensiva, a criatividade a tocar os limites da nossa imaginação, fazia desse Brasil uma selecção empolgante como nenhuma outra, e dos seus jogos, espectáculos deslumbrantes da mais pura arte.
Se no início do Mundial os portugueses já estavam com o “Escrete”, ao longo da prova os brasileiros terão cativado quase todo o mundo, e quando disputaram o acesso às meias finais coma Itália, talvez só na “bota mediterrânica” não arregimentassem apoios.
O Brasil começou a prova com a URSS, num jogo muito aguardado, até por motivos políticos – no Brasil a ditadura de Figueiredo ainda estava para durar, e na União Soviética vivia-se ainda a era Brejnev. Ao frango do guardião Valdir Peres nos primeiros minutos devido a um remate de Andrei Bal, respondeu o Brasil com uma segunda parte magistral, e dois golos sublimes de Sócrates e Eder (este no último minuto) que garantiram a vitória.
Em seguida o Brasil derrotou facilmente a Escócia por 4-1, e a Nova Zelândia por 4-0, com mais duas exibições luxuosas, apurando-se com toda a tranquilidade para a segunda fase da prova.
No grupo A, uma Itália tristonha e ineficaz conseguiu o apuramento por um…golo. Três empates deixaram-na atrás da Polónia, e em igualdade pontual com os surpreendentes Camarões. No "goal-average", mais um golo marcado que os africanos levou a Squadra Azurra para a segunda fase. Longe estávamos de saber onde chegaria depois.
O Mundial 82 teve um figurino competitivo único, que não mais se repetiria. Dos seis grupos iniciais eram apuradas doze selecções (até aqui tudo normal), mas depois, ao invés de eliminatórias, havia outra fase de grupos, então com quatro poules de três equipas cada.
Brasil, Itália e Argentina (com a base da equipa campeã em 78 reforçada com…Maradona), fruto dos segundos lugares destes dois últimos, constituíram um dos agrupamentos.
Um luxo !
Jogariam em Sarriá, ex-estádio do Espanhol de Barcelona (hoje demolido). Na primeira jornada Itália-Argentina, depois o derby sul-americano e por fim a reedição da final de 70.
Logo no primeiro jogo, a Squadra Azurra orientada por Enzo Bearzot, mostrou que as dificuldades da primeira fase não passavam de um equívoco. Com uma extrema eficácia na arte de contra-atacar, derrotou os campeões do mundo por 2-1.
Na segunda ronda tivemos oportunidade de desfrutar de mais um festival Brasil. Vencendo categoricamente a Argentina por 3-1 (podiam ter sido muitos mais), o Escrete realizou talvez a melhor de todas as suas exibições na prova. Maradona foi expulso por agressão a Batista, e a Argentina dizia adeus à competição e à revalidação do título. Ao Brasil bastaria o empate frente à Itália para seguir rumo às meias finais, onde tinha a Polónia à sua espera.

Chegou-se assim ao decisivo jogo, de um grupo onde, mau grado os nomes em presença, o Brasil, pelo que mostrara até aí, era claramente favorito.Numa tarde de sol e calor, a equipa de Tele Santana actuou com o seu onze base:
Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luisinho, Júnior, Cerezzo, Falcão, Sócrates, Zico, Serginho e Eder.
Com um meio campo deslumbrante, o Brasil espalhava magia pelos relvados. Mas o seu guarda-redes, a sua estratégia defensiva e o seu ponta de lança (Serginho), ficavam um tanto aquém da qualidade geral da equipa.
Os italianos, matreiros, saberiam explorar isso muito bem.Enzo Bearzot fez alinhar :
Zoff, Gentile, Scirea, Colovatti, Cabrini, Oriali, Tardelli, Antognioni, Conti, Rossi e Grazziani.
Apesar de não ter marcado qualquer golo na primeira fase, Paolo Rossi, depois de dois anos a cumprir castigo por corrupção e viciação de resultados (no célebre caso “Totonero” que levou o Milan para série B), (ainda me lembro quando contava esse sucedido ao meu querido amigo Germano Amorim), Rossi era ainda a grande figura da equipa.
Mas Bruno Conti, em início de carreira, estava a revelar também o seu enorme talento. A força defensiva da equipa era notável .Zoff ainda era a par de Dasaev,o melhor do mundo na altura , e Gentile vinha de uma marcação impiedosa sobre Maradona que o secou por completo.
Logo aos seis minutos de jogo, Rossi recebe um cruzamento ao segundo poste e cabeceia para o fundo da baliza de Valdir Peres. A Itália praticamente entrava a ganhar, causando sensação.
Ainda havia muito jogo pela frente, e isso tratou de demonstrar Sócrates, cinco minutos depois, após um passe perfeito de Zico, restabelecendo um empate que todos aguardavam com naturalidade.
A meio da primeira parte, Paolo Rossi aproveita um passe errado de Leandro, isola-se e dispara à entrada da área para o fundo da baliza de um ineficaz Valdir Peres.
A Itália voltava a surpreender, e colocava-se de novo na frente do marcador, resultado com que se atingiria o intervalo.
Na segunda parte viu-se a um verdadeiro massacre brasileiro em busca do golo da igualdade que, recorde-se, apurava o “Escrete”. A Itália contra-atacava com perigo. Assistia-se a um espectáculo de sonho, com qualidade técnica e intensidade competitiva levada aos limites.
A pouco mais de um quarto de hora do fim, Falcão recebe a bola na intermediária transalpina, simula que vai flanquear, aproveita a desmarcação inteligente de um colega para ganhar espaço e faz um potente remate cruzado que bate pela segunda vez o veteraníssimo Dino Zoff .
Era o delírio nas bancadas pintadas de verde e amarelo. E eu faço ideia o ambiente no Brasil...
A imagem de Falcão a correr de braços abertos em direcção ao banco ainda permanece na memória de muitos de nós como um dos mais belos e marcantes momentos desse mundial.
O mais difícil parecia feito, mas o dia era mesmo de Paolo Rossi.Ainda se festejava o golo de Falcão e acontece um canto contra o Brasil. A bola vai para a área, é devolvida pela defesa sul-americana, mas a segunda vaga apanha Rossi (colocado em jogo por Júnior), que completamente sozinho diante de Valdir Peres, não tem dificuldade em desviar a bola para dentro da baliza brasileira, perante o espanto generalizado.
A Itália, a dez minutos do fim do jogo, ficava numa inesperada posição de apuramento.
O Brasil, o mágico Brasil, o assombroso Brasil, começava a ver bem perto de si a porta de saída do Mundial.
Os últimos momentos foram dramáticos. Zoff defendia tudo. Defendeu inclusivamente sobre a linha uma bola que fez gritar golo em todo o estádio. Em todo o mundo.
A Itália queimava tempo. Parecia sempre saber muito bem como o fazer.O árbitro apitou. Ninguém acreditava no que se estava a passar.Trinta e dois anos depois do “Maracanazzo”, a nação brasileira voltava a chorar uma dolorosa e cruel derrota da sua selecção. Em Portugal o sentimento era quase idêntico. Estava afastada do título mundial uma das melhores selecções de todos os tempos.
A Itália, sabe-se, embalou para o título mundial, com Rossi a marcar em todos os jogos até à final.O Brasil de Telé Santana teria nova oportunidade no México 86. Mas, noutro sublime jogo, seria novamente eliminado, novamente de forma cruel, por penáltis, diante da França de Platini.
Daí em diante o futebol não mais foi o mesmo.
A arte deu lugar ao rigor, a criatividade perdeu para a força.
Em Sarriá nessa tarde, morreu um conceito de futebol.

Um jogo que ficou para a história como um dos mais belos de sempre.
Inesquecível !
O Brasil no Mundial 82:

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Ayrton Senna : O melhor piloto de todos os tempos


Ayrton Senna foi, é e sempre será o meu piloto preferido da Formula1.

Lembro muito bem dos vários domingos que passei a ver os Grandes Prémios de Fórmula 1 na RTP1 e o prazer que eu tinha quando via o Senna a cortrar a meta em 1º lugar.

Ayrton Senna da Silva nasceu a 21 de Março de 1960, e em pequeno sofria de problemas de coordenação motora, resolvido eficazmente quando aos quatro anos começou a conduzir um pequeno veículo.

Depois foi o que se sabe, Ayrton transformou-se no melhor piloto de todos os tempos, era alguém que nos deliciava com a sua magia ao volante de um monolugar de Fórmula 1, alguém que não deixava ninguém indiferente, alguém com um talento, competência, concentração, rapidez e empenhamento nunca vistos, que se encontrava próximo da perfeição, que reunia em si todas as características que um piloto de competição deve possuir, alguém que marcou a Fórmula 1 para sempre.

Senna era genial, único e insubstituível.

E agora vamos eleger Ayrton Senna como o melhor piloto de todos os tempos!

O jornal Corriere Della Sera, da Itália, está a fazer uma pesquisa sobre quem é o melhor piloto de todos os tempos e os votos podem ser feitos pela internet.

Participem clicando aqui.

E já sabem, Ayrton Senna, o melhor de sempre!!!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Rinat Dasaev


Eles são uma espécie de contra-senso do próprio futebol.

Para eles o objectivo é evitar golos, não marcá-los; são os únicos jogadores cujos erros são na sua quase totalidade fatais; e também raras vezes alguém se lembra deles como os melhores jogadores do Mundo.

Contudo, também os guarda-redes têm o seu devido lugar na história do futebol: e se Lev Yashin, o Aranha Negra, foi o rei dos guardiões de todos os tempos, então Rinat Dasaev foi o melhor guarda-redes da minha geração. O melhor guarda-redes que vi jogar!

Quando se estreou pela equipa nacional da URSS com apenas 22 anos, suspirou-se de alívio: estava finalmente encontrado o homem que poderia herdar o legado daquele que foi o melhor de sempre, Yashin.

Rinat Dasaev era um guarda-redes mágico. Mágico porque tornava o impossível em real, tal e qual como um verdadeiro ilusionista. Dotado de uma extrema agilidade e reflexos incríveis, Dasaev praticamente desafiava leis da Física em algumas das suas intervenções. Como por vezes se costuma dizer, era um daqueles guarda-redes que ganhava os jogos com as suas defesas.

Dasaev fez carreira no Spartak de Moscovo e no Sevilha, tornando-se uma das primeiras estrelas do futebol soviético a fazer carreira fora do seu país, algo impossível antes da perestroika. Foi em Espanha que pendurou as luvas, aos 35 anos.

Pela sua selecção, Dassaev foi internacional 91 vezes, entre 1979 e 1990. Esteve presente nos "Mundiais" de 82, 86 e 90.

O seu momento de glória podia ter sido o Euro'88, disputado na Alemanha. Contudo, no caminho de Dassaev atravessou-se outro mito: Marco Van Basten, o "Cisne de Utrecht", cujo remate que o bateu na final de Munique não poderia ser detido por ninguém.

Foi como a seta que derrotou Aquiles no único sítio possível, o calcanhar.
Indefensável.

FreeRice - O jogo solidário


Já sabemos e conhecemos, algumas maneiras de sermos solidários com algumas causas nacionais e mundiais, tais como a violência, a pobreza, as calamidades e as injustiças.
Que tal se através de um pequeno jogo em que para cada palavra que aparece (em Inglês) escolhemos o sinónimo de entre quatro palavras possíveis, e que por cada resposta certa doamos 20 grãos de arroz para o Programa Alimentar das Nações Unidas?
Pois é, a FreeRice é uma organização sem fins lucrativos, que através do seu site oficial, nos permite que sejamos solidários nesta causa.

Eu já contribuí com alguns grãos de arroz e treinei o meu inglês.

http://freerice.com/