segunda-feira, 28 de abril de 2008

Jimi Hendrix - Hey Joe

Jimi Hendrix - Hey Joe, ao vivo no "Monterey Pop Festival", em Monterey,California, a 18 de Junho de 1967.

Divinal.

Kate Bush - Strange Phenomena

Kate Bush - Strange Phenomena, ao vivo no Hammersmith Odeon,Londres,1979.

Pura Magia.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 DE ABRIL, SEMPRE!




Para que não se esqueçam dos que lutaram pela Liberdade no nosso País.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

PINHEIRO DE AZEVEDO


José Baptista Pinheiro de Azevedo.

Conhecido como o "Almirante sem medo",o militar foi,após a "revolução dos cravos", membro da Junta de Salvação Nacional, ministro da Defesa, primeiro-ministro e candidato a Presidente da República.Muitos recordam-no pelo grito de "Bardamerda para o fascista!",que lançou de um Parlamento sequestrado no PREC pós 25 de Abril.

Nascido em Luanda em 1917,Pinheiro de Azevedo entrou para a Academia Naval aos 17 anos e para a Guarda Marinha aos 20. Foi professor de Astronomia e Navegação na Escola Naval e professor do "Curso de Capitães" na Escola Náutica. Deixou vários livros técnicos sobre Trigonometria, Meteorologia e Navegação. Durante a guerra colonial comandou a defesa marítima da província angolana do Zaire. Entre 1968 e 1971foi adido naval da embaixada portuguesa em Londres.

Aquando do 25 de Abril, era capitão-de-mar-e-guerra e comandante dos fuzileiros. Foi membro da Junta de Salvação Nacional, o órgão provisório de governo formado logo após a revolução, e desempenhou um papel importante no período a que se chamou PREC (Processo Revolucionário Em Curso).

Em Agosto de 1975, foi designado primeiro-ministro do VI Governo Provisório, substituindo Vasco Gonçalves.
Pinheiro de Azevedo chefiou-o até às eleições de 1976,das quais saiu o I Governo Constitucional.

Às vezes lembro-me do Almirante Pinheiro de Azevedo, porque proferiu algumas tiradas que ficaram para sempre na nossa memória, e muitos já concerteza ouviram a história da "fumaça" no Terreiro do Paço.
Esta sua entrevista aquando do seu sequestro é, no mínimo,hilariante.
Portanto aqui está o Almirante Pinheiro de Azevedo ao seu melhor estilo.





A 12 de Novembro de 1975,estando o Parlamento cercado por operários da construção civil em greve,alguns manifestantes chamaram fascista a Pinheiro de Azevedo.A resposta não se fez esperar:"Bardamerda para o fascista!".
E outras:
"Já chega, não gosto de ser sequestrado, é uma coisa que me chateia, pá!"
"Não , não não, essa dos padeiros concerteza... sim, talvez, olhe e daí talvez."
"E eu agora, eh pá, vou almoçar pá!!!"

Ainda durante o cerco, o "almirante sem medo" teve uma atitude inédita: auto-suspendeu-se por falta de condições para governar. Poucos dias antes, durante uma manifestação de apoio ao Governo, no Terreiro do Paço, em Lisboa, rebentaram granadas de gás lacrimogéneo lançadas pela Polícia Militar e petardos do PRP contra os manifestantes. "É só fumaça!", assegurou imediatamente o primeiro-ministro,acrescentando que "O povo é sereno".

De facto,Pinheiro de Azevedo tinha toda a razão,o povo é sereno...e foi sereno!!!
Em lado nenhum do mundo se fez tamanha revolução politico-social de forma tão pacífica.

sábado, 19 de abril de 2008

A GUERRA COLONIAL VISTA POR JOAQUIM FURTADO

Excelente documentário sobre a Guerra Colonial que está a passar na RTP.
Desde miúdo que me contam histórias em casa sobre a guerra colonial, porque o meu Pai foi mobilizado para os teatros da guerra colonial, e cumpriu serviço militar em Angola, de 1969 a 1971 como condutor de Auto Rodas. Era ele que levava os soldados dos "Dragões de Angola" para o combate no "Unimog", e era ele também o "Chauffer" do Governador Civil em Silva Porto.

Fiquei impressionado com a qualidade do trabalho de Joaquim Furtado.

Os testemunhos pessoais obtidos são de um valor histórico, e humano, extraordinário; a isenção, política e ideológica, na abordagem de um acontecimento dramático na vida de povo português, e do povo angolano, é um exemplo de profissionalismo e de coragem cívica exemplares.

A montagem permite recriar os ambientes da guerra com seriedade narrativa e estética tornando apetecível um tema repugnante, confrontando os antigos combatentes, desvendando os antecedentes e revelando detalhes desconhecidos mesmo dos próprios protagonistas.

Impressionou-me a narrativa implícita no documentário expondo a fraqueza de Portugal como potência colonial. Como foi possível manter um império com pés de barro durante tanto tempo?

Afinal não existia em Angola, nem em qualquer outra colónia, nem planos de contingência, nem forças policiais e militares revelantes, nem infraestruturas, nem armas, nem outro projecto que não o da pura exploração das riquezas naturais e da mão de obra barata, herdeira do esclavagismo.
Aqueles portugueses que trabalhavam nas regiões do interior de Angola ficaram, de um dia para o outro, abandonados à sua sorte. Eles, na sua esmagadora maioria, não eram nem fascistas nem colonialistas. Foram vítimas de uma política que, como dizia, com aguda lucidez, num debate na RTP, o General Galvão de Melo, radicou no atraso de um processo de descolonização que deveria ter começado logo após o fim da Segunda Grande Guerra.

Resultado: 10 000 mortos e perto de 30 000 feridos.

O que se ganhou com aquela teimosia, com aquele orgulho...? O que se perdeu sabemos nós.

10.000 vidas.
Louvor aos Soldados e Hinos à sua memória.


quinta-feira, 10 de abril de 2008

ZX SPECTRUM 48K.

Parabéns a você!!! Fez 25 anos este belo menino e companheiro!
Há uns anos atras, mais propriamente em 1986 e 1987, acordava todos os sábados e domingos por volta das 9 horas da manha e lá ia eu de pijama afinar o leitor de cassetes, ligar a TV, LOAD " " Enter.... e ..... esperava...esperava.....esperava...e lá aparecia o jogo... mas quando às vezes os jogos não "entravam"o nosso pesadelo ao fim dos 5 minutos era esta frase: "R Tape loading error, 0:1"...

Muitas horas passei a jogar. Só podia jogar ao fim-de-semana, para não afectar os estudos. E tinha de ter os trabalhos de casa todos feitos!
Aquilo é que era trabalhar na 6ª feira à tarde e noite... E eu, que nunca fui de me levantar de manhã cedo para ir para a escola, acordava ao fim de semana mais cedo do que durante a semana, só para ter mais horas de jogo antes de almoço. Punha o jogo a ler porque cada jogo a carregar, demorava cerca de 5 minutos numa cassete.
Era jogar, jogar, e depois, era esperar que a Minha Querida Mãe me chamasse para almoçar.
Sim eu passava literalmente cerca de 4horas ligado à maquina logo de manhã.
O Clube de jogos de Spectrum que eu tinha com o Rui Neiva, o "Softy Club", onde nós íamos a Braga à "Casa Viola"comprar os jogos originais para depois gravar esses mesmos jogos no programa pirata "omnicopy 2" e vendê-los aos outros fanáticos dos jogos do Spectrum... ;)

E as "pilhas" de cassetes, algumas de 90 minutos cheias de jogos...
Tudo pirateado, que na altura pirataria não era crime! :)

MAS ERA TÃO BOM!!!
E ainda mais quando se combinavam tardes inteiras em casa dos amigos a jogar horas e horas sem parar...

Alô; Germano Amorim, Jorge Brandão, Pedro Araújo, Rui Neiva, Nuno Mourão, Rui Araújo, Nuno Cruz, Filipe Alcides...

Manic Miner, Jet Pac, Full Throtlle, Jetset Willy, Scuba Dive, Winter Games, Rambo,Chuckie Egg, Match Day, Formula One, World Series Basketball, Football Manager, Chequered Flag...

Tenho saudades...

Quando acabar este post, vou "matar" saudades e jogar qualquer coisita.

Não no meu Timex ZX Spectrum 48k original,que me deu a minha Tia Mila, ou nos meus "Computone" ou o "Sanyo DR 101", que eram os dois leitores de cassetes que eu tinha para os jogos entrarem e que ainda devem funcionar (espero que sim), porque tenho de os encontrar algures na minha arrecadação.

Vou é utilizar um dos emuladores para PC e jogar! Já sem os 5 minutos à espera que o jogo carregue!!!

Se também estiverem para aí virados...


Grande ZX Spectrum 48k!!!

O "ranking de sempre" dos clubes mundiais.

WORLD CLUB TEAMS ALL-TIME RANKING
(actualizada a 26/12/2007)


1º- Real Madrid (Spa)
2º- Boca Juniors (Arg)
3º- Milan (Ita)
4º- Peñarol (Uru)
5º- Juventus (Ita)
6º- São Paulo (Bra)
7º- Bayern München (Ger)
8º- River Plate (Arg)
9º- Nacional (Uru)
10º- Independiente (Arg)
11º- Ajax (Neth)
12º- Liverpool (Eng)
13º- Benfica (Port)
14º- Santos (Bra)
15º- Flamengo (Bra)
16º- Palmeiras (Bra)
17º- Barcelona (Spa)
18º- Inter de Milão (Ita)
19º- Gremio (Bra)
20º- Vasco (Bra)

Fonte:


O BENFICA É O 3º CLUBE EUROPEU COM MAIS FINAIS DISPUTADAS DA PROVA MAIOR, OU SEJA, A TAÇA DOS CLUBES CAMPEÕES EUROPEUS.


1º REAL MADRID COM 12 FINAIS;

2º AC MILAN COM 10 FINAIS;

3º BENFICA COM 7 FINAIS - 1961-1962-1963-1965-1968-1988 e 1990.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Frank Zappa-Planet Of The Baritone Women


Frank Zappa:Planet Of The Baritone Women-(Letra).


Meanwhile, on Wall Street . . .

On the Planet of the Baritone Women

They talk low

'Bout stuff they know.

They sing "Oooh!"

And laugh at you

(Ah-ha-ha-ha-hah! Hey!)


If you can't

(IF YOU CAN'T)

Do it too

(DO IT TOO)

(Ah-ha-ha-ha-hah! Hey!)


They sing "Li-Li-Li-Li!"

They sing "Lo-Lo-Lo-Lo!"

The men carry purses

Wherever they go


Junior executives.

All in a row,

Watch the Baritone Women

Do the Baritone show

(Ah-ha-ha-ha-hah! Hey!)


They sing about wheat;

They sing about corn;

They sing about places

Where women was born


They sing about hate!

They sing about fear!

It seems like they all got

A pretty good ear

(Ah-ha-ha-ha-hah! Hey!)


They sing it in harmony

Not often heard,

With a big ol' cadenza . . .

(Robert Martin, from Philadelphia,

Curtis Institute graduate, 1971

Let's hear it for him!)

On every long word


They keep it as low

As they possibly can,

And sometimes they walk

Like an E-GYP-TIAN

(Ah-ha-ha-ha-hah! Hey!)


They do choreography

Still more unique!

They leave their legs open

Whenever they speak!


They roll their eyes upward

And over again,

And slam their legs closed

When they sing about men!


Those Baritone Women!

They are not your friend!

(Ah-ha-ha-ha-hah!)


You will make a mistake

If you go there again!

O CASO INOCÊNCIO CALABOTE OU UMA MENTIRA MUITAS VEZES REPETIDA






Este Blog foi criado com o propósito de realçar os aspectos positivos do nosso quotidiano, daí o nome de "Hino de Louvor". Porém, abro aqui uma excepção, pois o meu Ilustre amigo Nº1 Germano Amorim disse, na sequência de um dos "posts" anteriores,- "O Benfica, sempre Glorioso", - para eu falar no caso "Calabote" e para tentar também, além da errada conotação do Benfica com o Estado Novo, desmistificar a ideia de que este árbitro teria beneficiado o Benfica nos idos anos 50.

Assim, e atendendo a que na altura em que os jogos de futebol tinham na rádio a sua forma de transmissão, (o fenómeno da televisão só viria décadas mais tarde), surgiu na época de 1958/59 a lenda Inocêncio Calabote, mas antes é preciso esclerecer o seguinte:

O nosso Clube é muitas vezes alvo de ataques com episódios ocorridos há várias décadas e que, de tantas vezes repetidos, já passam por verdadeiros. No sentido de informar os benfiquistas do que realmente se passou, e para que se possam defender desses ataques, referiremos vários destes casos, sugerindo a todos que imprimam os textos e os guardem e distribuam por outros benfiquistas. A bem da verdadeira história do Benfica que muitos pretendem deturpar.

O caso Inocêncio Calabote ou uma mentira muitas vezes repetidas,onde se recorda a célebre arbitragem do Benfica-Cuf (7-1) da última jornada do campeonato de 1958/59 (ganho pelo FC Porto), jogo que, diz-se agora, o árbitro terá prolongado por dez minutos, à espera de um golo que daria o título ao Benfica.

Nem o Benfica ganhou esse campeonato, nem o jogo demorou tanto: o árbitro deu não mais de três a quatro minutos de descontos, plenamente justificados pelas constantes perdas de tempo dos jogadores adversários. Basta reler os jornais da época…

Desde os anos oitenta, quando se acentuou o domínio do FC Porto sobre a arbitragem nacional, culminado, duas décadas depois, com a tardia “Operação Apito Dourado”, passou a ouvir falar-se muito no antigo árbitro Inocêncio Calabote e nos favores que teria feito ao Benfica num célebre jogo com a Cuf na última jornada do Campeonato Nacional de 1958/59 (22 de Março), terminado com o resultado de 7-1 e que teria tido, no dizer de quantos o recordam agora, dez minutos a mais, dados pelo árbitro à espera que o Benfica marcasse mais um golo que lhe daria o título.

Nada mais falso.

Quando se chegou à 26ª e última jornada deste campeonato, marcado por inúmeros casos, FC Porto e Benfica estavam igualados em pontos e na primeira fórmula de desempate, já que haviam empatado os dois jogos entre ambos. O FC Porto tinha então uma vantagem de quatro golos na diferença total entre tentos marcados e sofridos, pelo que tudo se iria decidir na última jornada, nos jogos Torreense-FC Porto e Benfica-Cuf. Apesar de uma e outra destas equipas estarem em perigo de descer de divisão (o Torreense desceu mesmo e a Cuf acabou por ter que disputar o então chamado Torneio de Competência com os melhores classificados da II Divisão), é muito natural que tanto os jogadores da Cuf como os do Torreense tenham tido prémios especiais (e secretos) para dificultarem a vida aos dois candidatos ao título.

Rádios ligados e… seis minutos de atraso, e como eu disse, sem televisão a transmitir, era através da rádio que, num e noutro campo, os adeptos iam seguindo a marcha dos marcadores. E a grande questão, que dá origem a todos os exageros que hoje se propalam, residiu no facto de o jogo do Benfica ter começado seis minutos mais tarde que as tradicionais 15 horas, então o horário de início de todos os jogos.

A nossa equipa demorou a entrada em campo o mais que pode, de forma a poder vir a beneficiar do conhecimento do resultado em Torres Vedras, facto que levou a que o clube fosse então (justamente) multado.

Esses seis minutos juntos com os três a quatro minutos que o árbitro prolongou o jogo para compensar percas de tempo, levou a que o jogo da Luz tivesse terminado apenas mais de dez minutos depois do de Torres Vedras, tempo durante o qual a equipa do FC Porto esperou em pleno campo, para depois festejar a conquista do título. E foi essa longa espera, superior a dez minutos, que deu origem à lenda-Calabote, que tão aproveitada (e distorcida) tem sido ao longo dos tempos.

O Benfica não foi em nada beneficiado com essa arbitragem. E o árbitro até teria tido todas as possibilidades de «dar» o título ao Benfica, já que o nosso clube marcou o seu último golo aos 38 minutos da segunda parte e, quando o jogo de Torres Vedras terminou, o Benfica ainda teve cerca de dez minutos (seis regulamentares e mais três a quatro de “descontos”) para marcar aquele que lhe daria o título.

O que disseram os jornais folheando os três jornais desportivos da época, nada faria supor que, várias décadas depois, o jogo fosse tão falado.

Vejamos o que então se escreveu sobre o tempo de desconto, não sem que, antes, se recorde que, na altura, a missão dos árbitros era bem mais difícil, pois não havia cartões amarelos, o guarda-redes podia passear com a bola na grande área, batendo-a no chão as vezes que entendesse e a demora nos lançamentos da linha lateral não era castigada com lançamento a favor da equipa adversária. Mas vejamos o que disseram os jornais.

Alfredo Farinha, em “A Bola”, foi bem claro: «O recurso sistemático aos pontapés para fora do rectângulo, a demora ostensiva na marcação dos livres e lançamentos de bola lateral, as simulações de lesionamentos, o uso e abuso, enfim, de todos esses vulgarizados meios de “queimar tempo” (…) dificilmente encontram, no caso de ontem, outra justificação se não esta: a Cuf não jogou, exclusivamente, para si mas também para uma outra equipa (a do FC Porto) que estava à margem da luta travada na Luz.» Mais adiante, na apreciação ao trabalho do árbitro, acrescenta Alfredo Farinha: «No que se refere ao prolongamento de quatro minutos, cremos ter deixado, ao longo da crónica, justificação bastante para o critério do sr. Inocêncio Calabote.»

No “Mundo Desportivo”, Guilhermino Rodrigues não comungava da mesma opinião, mas até considerou menor o tempo de desconto e acabou por o justificar: «Exagerado o período de três minutos que concedeu além do tempo regulamentar para contrabalançar os momentos gastos em propositada demora pelos cufistas.»

No “Record”, em crónica não assinada (um antigo hábito do jornal), uma outra opinião: «Deu quatro minutos (…) pela demora propositada dos jogadores da Cuf – alguns deles foram advertidos – na reposição da bola em jogo. Não compreendemos porque não usou do mesmo critério no final do primeiro tempo, dado que aquelas demoras se começaram a registar desde início.» Esclarecedor… Dois “penalties” indiscutíveis Um só duvidoso A acrescentar à fantasia dos dez minutos de descontos, há também quem fale nas três grandes penalidades que o árbitro assinalou a favor do Benfica.

Os jornais foram unânimes em considerar indiscutíveis o primeiro e o terceiro e apenas o segundo deixou dúvidas.

“A Bola”: «Quanto aos “penalties”, não temos dúvida de que o primeiro e o terceiro existiram de facto; dúvidas temos, porém, quanto ao segundo, pois Cavém, ao que se nos afigurou, não foi derrubado por um adversário, antes foi ele próprio que se descontrolou e desequilibrou.»

“Record”: «Regular comportamento no julgamento das faltas. Só não concordamos com a segunda grande penalidade. A falta existiu, na verdade, mas só por ter sido executada fora de tempo merecia livre indirecto.»

“Mundo Desportivo” (a propósito do segundo penalty): «Cavém obstruído quando perseguia a bola dentro da área. A falta só exigia livre indirecto.”

Já agora, recorde-se também a declaração de Cândido Tavares, treinador da Cuf, ao “Mundo Desportivo”: «O resultado justifica-se. Mas o árbitro foi demasiado longe na marcação das grandes penalidades. Não achei justo que assim sucedesse. Pena foi que não adoptasse agora no final o mesmo critério, não assinalando um autêntico “penalty” quando Durand derrubou Cavém.

Era quanto a mim mais razoável.” Elucidativo! Se o árbitro tivesse desejado “oferecer” o título ao Benfica teria tido flagrante oportunidade… Sem escândalo!

O que aqui se escreveu poderá ser facilmente consultado nos jornais da época. Não houve qualquer escândalo com a arbitragem de Inocêncio Calabote nesse Benfica-Cuf.

O chamado caso-Calabote é uma grande mentira!


ARTIGOS RELACIONADOS:

FC Porto marcou dois golos no fim e Torreense acabou com nove.

O outro jogo decisivo da última jornada deste campeonato de 1958/59 foi o Torreense-FC Porto. O FC Porto entrou com quatro golos de vantagem sobre o Benfica (na decisiva diferença total de golos) mas, ao intervalo, o Benfica já estava em vantagem: ganhava por 5-0 à Cuf, enquanto o FC Porto vencia em Torres Vedras por 1-0. Entretanto, na Luz o resultado foi fixado em 7-1 quando havia sete minutos para jogar, mas em Torres Vedras, a dois minutos do fim, o FC Porto fazia 2-0 e, a vinte segundos do final, Teixeira marcou o terceiro e decisivo golo. O Benfica jogou ainda dez minutos, mas não conseguiu o golo que lhe faltava. O Torreense, que sofrera o primeiro golo quando tinha um jogador fora de campo, lesionado, jogou com dez jogadores, por expulsão de Manuel Carlos, desde os 20 minutos da segunda parte, e ainda viu ser expulso outro jogador a seguir ao 2-0 (por pontapear a bola para longe depois do golo), sofrendo o 3-0 quando já só tinha nove homens em campo.

Casos houve, pois, no jogo Torreense-FC Porto, com a arbitragem de Francisco Guiomar a ser contestada pelos jogadores locais… Uma época de “casos” O FC Porto foi campeão na época do injustamente célebre caso-Inocêncio Calabote. Uma época repleta de casos, com manifesto prejuízo para o Benfica que, ao contrário do que se afirma, não dominava as estruturas do futebol (o presidente da Federação era o cap. Maia Loureiro, sportinguista) e muito menos a arbitragem, então dirigida por Coelho da Fonseca, associado do Belenenses, então um dos quatro “grandes” e que nesse ano foi terceiro, apenas a três pontos do FC Porto e do Benfica.

A parte final do campeonato foi renhidamente disputada entre Benfica e FC Porto e os casos “estranhos” foram então numerosos. Recordemo-los resumidamente: - Chino, influente extremo-direito do Benfica, foi na fase decisiva da competição castigado com cinco jogos de suspensão que mais tarde, quando estavam quase cumpridos, foram reduzidos a um!... - o Belenenses-Benfica, da 19ª jornada (a sete do fim), foi protestado pelo Belenenses, primeiro por lhes ter sido anulado um golo de canto directo, depois por uma questão da barreira defensiva do Benfica se ter ou não mexido antes de Matateu apontar um livre! Pois o jogo foi mandado repetir na quinta-feira anterior ao jogo decisivo frente à Cuf (última jornada) e quatro dias depois do Benfica se ter deslocado a Alvalade (penúltima jornada). A seguir ao campeonato, os clubes da I Divisão estiveram duas semanas sem jogar, à espera que terminasse a II Divisão, para disputarem a Taça de Portugal! Na repetição, Belenenses e Benfica voltaram a empatar (1-1) mas o desgaste foi enorme. - A três jornadas do fim, o FC Porto, que estava com largo atraso do Benfica na (decisiva) diferença de golos, recebeu o Belenenses (então com uma das melhores equipas nacionais) e ganhou por “estranhos” 7-0. - Na penúltima jornada, o Sporting-Benfica (2-1) foi repleto de incidentes, com o Benfica a terminar com apenas nove jogadores (não havia substituições), por expulsão de Ângelo e lesão de Artur, colocado KO nas cenas de pugilato verificadas a dada altura. Depois, na mesma semana, o Benfica teve que repetir o jogo no Restelo e receber a Cuf na jornada decisiva…

Ou seja, o caso mais mediático de "possível" corrupção do Benfica, é nada mais nada menos um jogo que dá o campeonato ao FC Porto...

Este artigo só foi possível com a colaboração de outros "bloguistas"!